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quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Desembargador é preso acusado de vender sentenças judiciais

Segundo as investigações, Francisco Barros Dias agiu até em processos relacionados à Operação Lava-Jato e vendeu habeas corpus por R$ 150 mil.

Michele Rincon
Um desembargador aposentado Francisco Barros Dias foi preso em Natal, acusado de intermediar e vender sentenças judiciais. Segundo as investigações, ele também agiu em processos da Lava-Jato. Os policiais federais cumpriram vinte e três mandados judiciais pela "Operação Alcmeon" em Pernambuco e em duas cidades do Rio Grande do Norte.
No Recife, um servidor público estadual de 58 anos, foi levado para prestar depoimento e liberado logo em seguida. Em Mossoró, a 280km de Natal, quatro escritórios de advocacia foram alvos de busca e apreensão. Dois advogados e um estagiário foram levados para depor.
Habeas corpus a R$ 150 mil
Na capital do Rio Grande do Norte, policiais federais também estiveram em escritórios de advocacia e prenderam preventivamente o desembargador aposentado Francisco Barros Dias, que estava em casa. Dois anos de investigação resultaram em dois inquéritos contra ele: um apura corrupção e outro tráfico de influência.
De acordo com  os investigadores, Francisco Barros Dias, enquanto ainda era desembargador em Recife em 2012, vendeu um habeas corpus para Richardson de Macedo - preso na operação Pecado Capital que apurou desvio de recursos do Inmetro. O valor: R$ 150 mil. O próprio Richardson, em um acordo de colaboração premiada, que apresentou extratos bancários, registros telefônicos, áudios e documentos contra o desembargador.
Segundo as investigações, depois de aposentado, Francisco Barros passou a fazer tráfico de influência atendendo a interesses políticos. Ele teria, inclusive, interferido em processos da operação Lava-Jato. Essa ação está sob sigilo.
Outro lado
A defesa de Francisco Barros Dias disse que ainda vai tomar conhecimento da denúncia.
Em nota, o Tribunal Federal da quinta região, com sede no Recife, informou que desconhece qualquer irregularidade e que as investigações já estão sendo conduzidas pela Justiça Federal de primeiro grau, no Rio Grande do Norte.
G1

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