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domingo, 15 de novembro de 2015

Ordens para matar podem vir dos presídios, diz Sinpol

Para o Sindicado da Polícia Civil do Rio Grande do Norte (Sinpol/RN), a morte do sétimo policial militar na tarde deste sábado (14) reflete à pouca atenção que tem se dado aos agentes de segurança pública do Estado. "Não temos um plano emergencial ou comissão formada para fazer a investigação destas mortes. Nos últimos dois meses são cinco mortos, fora os feridos, isso é preocupante", comenta o presidente do Sinpol/RN, Paulo Macedo. Na avaliação do presidente, é possível que as ordens para matar saiam de dentro dos próprios presídios.
Por volta das 14h, o cabo Marcos Aurélio Lopes foi alvejado por dois homens em Cidade Nova. Os bandidos utilizaram a arma do próprio policial para matá-lo. De acordo com o Sinpol, o militar era do Centro Integrados de Operações de Segurança Pública (Ciosp), e não atuava quando estava de folga. Segundo relatos de testemunhas. Marcos Aurélio estava em um bar, próximo à linha do trem da rua São Sebastião, quando foi abordado. A PM já tem a identificação de dois suspeitos, e faz diligências no local.
De acordo com Macedo, as entidades solicitaram, há duas semanas, uma reunião com o governador Robinson Faria para discutir ações de "segurança para quem faz segurança". Uma mobilização foi realizada pelos militares no dia 4 de novembro,  Para ele, é preciso investigar as mortes. De acordo com Macedo, há uma suspeita de que a ordem parte de dentro dos próprios presídios.
"Soubemos que encontraram no Presídio de Parnamirim (PEP) a cópia da identidade de dois policiais mortos, entre eles o de Márcio Costa (soldado morto em setembro, no bairro Pajuçara) e de Marcos Antônio (da Silva, morto no início de novembro). Então estamos querendo saber de onde estão partindo as ordens e o que está havendo. Sabemos que o crime organizado está determinando a morte dos agentes públicos, o Estado está perdendo o respeito", avaliou Macedo. De acordo com o presidente do Sinpol/RN, outro problema são os arrastões, em que os bandidos visam as armas e coletes dos policiais.

Histórico
Somente entre janeiro e novembro, sete policiais foram mortos fora do horário de serviço.

+ Fevereiro
Após ser atingido por disparo de arma de foto, o cabo da Polícia Militar, Estevam Barbosa, 45 anos,do 3º batalhão da PM, faleceu no Hospital Regional Deoclécio Marques. O militar foi baleado quando tentava evitar um assalto em  Parnamirim.

+ Março
O soldado Jailson Augusto do Nascimento, de 45 anos, foi morto também ao tentar impedir um assalto a um comércio em Parnamirim. Segundo a  PM, o soldado  estava fardado, mas já havia deixado o serviço quando foi baleado.

+ Setembro
Vítima de homicídio em tentativa de assalto, o soldado Márcio de Souza Costa, de 38 anos, foi alvejado com cinco tiros na noite do dia 18 de setembro, em Nova Esperança, Parnamirim.

Na noite de 26 de setembro, dois policiais militares foram alvejados num suposto assalto, no conjunto Pajuçara. Na ocasião, morreu o soldado Daniel Henrique da Silva, de 32 anos, lotado na Companhia de Guarda.

+ Outubro
Em 1º de outubro, o sargento aposentado da PM, Almir Lúcio da Silva, 53 anos, foi morto a tiros no Parque Industrial, em Parnamirim,  onde participaria de um culto evangélico.

Na sexta-feira, 30 de outubro, o policial militar Marcos Antônio da Silva, de 49 anos, foi morto após uma tentativa de assalto no conjunto Nordelândia. Ele chegou a ser encaminhado para o Hospital Walfredo Gurgel, onde passou por cirurgias, mas acabou falecendo no sábado (31).

+ Novembro
O cabo Marcos Aurélio Lopes foi alvejado na tarde de sábado (14), em um bar no bairro de Cidade Nova. De acordo com testemunhas, dois homens não se contentaram em roubar a arma do policial, e o executaram com ela. O militar, que integrava o Ciosp, estava de folga.
Tribuna do Norte

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