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domingo, 15 de março de 2015

Após 41 horas, menino é libertado de cárcere privado em Natal

Cárcere privado teve início à 0h30 da sexta-feira (13).
Padrasto cortou pulsos e deu um tiro no queixo; ele foi socorrido com vida.

Fernanda Zauli Do G1 RN
Policiais militares e civis, bombeiros e uma unidade do Samu estão no local (Foto: Sérgio Henrique/Inter TV Cabugi)Policiais militares e civis, bombeiros e uma unidade do Samu foram enviados ao local; menino foi libertado com vida (Foto: Sérgio Henrique/Inter TV Cabugi)
O garoto de 14 anos que era mantido refém pelo padrasto em um apartamento em Natal foi libertado por volta das 17h20 deste sábado. Foram mais de 40 horas de cárcere privado. O padrasto Francisco José de Assis Guimarães, de 52 anos, cortou os pulsos e deu um tiro no queixo. Ele foi socorrido por médicos do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) com vida.
O menino saiu andando, aparentemente estava sem ferimentos. Ele entrou em um carro da Polícia Militar e deixou o local.
De acordo com a PM, Francisco combinou com os policiais que por volta das 17h30 iria se entregar e libertar o enteado. Os policiais se posicionaram na porta do apartamento e antes que a porta se abrisse ouviram um tiro vindo de dentro do local. "Quando os policias entraram viram o padrasto caído no chão. O menino foi resgatado e o aposentado socorrido. Ele cortou os pulsos e deu um tiro no queixo", afirmou o major Rodrigues Barreto, que comandou a operação.
Ele considerou o desfecho do cárcere privado bem sucedido. "Consideramos o desfecho bem sucedido porque, apesar de ter uma pessoa ferida, não tivemos nenhuma morte", disse o major.
O caso
De acordo com a Polícia Militar, tudo começou com uma briga familiar na noite de quinta-feira (11). Francisco de Assis começou uma discussão com a mulher - de quem está se separando - e, quando começou a ficar agressivo, a mulher fugiu com a filha de 21 anos. Ainda segundo informações da PM, a mulher tentou levar o filho, mas o padrasto do menino impediu. Desde então, o menino foi mantido refém dentro do apartamento.
Francisco Guimarães manteve enteado refém em Natal (Foto: Divulgação/PM)Francisco Guimarães manteve enteado refém em
Natal (Foto: Divulgação/PM)
Durante todo o tempo, Francisco de Assis, agente penitenciário aposentado, pedia a presença da mulher e da enteada no local para liberar o garoto. Na madrugada de sexta-feira, foram disparados seis tiros no apartamento. Por volta das 13h deste sábado, ele pediu refrigerante, almoço e cigarros. De acordo com a Polícia Militar, o aposentado aparentou estar mais tranquilo neste sábado e, inclusive, liberou o cachorro de estimação da família que também estava no apartamento.
O condomínio onde fica o apartamento tem seis blocos. Todos os apartamentos do bloco onde estavam o padrasto e o enteado foram desocupados.
Já durante a madrugada deste sábado (14), o homem pediu insulina - porque é diabético - e uma equipe médica de plantão no local providenciou o medicamento. Na manhã deste sábado, ele voltou a pedir insulina e solicitou também um café da manhã.
Em relação à alimentação, os policiais relataram que o aposentado afirmou que se a comida viesse envenenada quem morreria era o garoto porque ele só estava comendo quarenta minutos depois de o enteado ter se alimentado.
De acordo com o major Rodrigues Barreto, responsável por coordenar as negociações, a polícia sinalizou cortar a energia e a água do apartamento, mas o aposentado se alterou e a PM recuou. Durante todo o tempo o objetivo da polícia foi manter as negociações até que o padrasto se entregasse e libertasse o garoto.
Na manhã deste sábado (14) negociações continuavam no local (Foto: Bessie Cavalcanti/Inter TV Cabugi)Na manhã deste sábado (14) negociações continuavam no local (Foto: Bessie Cavalcanti/Inter TV Cabugi)

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