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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Promotor denuncia Cearamor

Seis dirigentes da torcida organizada do Ceará Sporting tiveram prisão preventiva pedida pelo Ministério PúblicoDelegado Aurélio Pereira e promotor Rinaldo Janja foram os responsáveis pelas investigações. O trabalho realizado no 34º DP permitiu ao Ministério Público denunciar os acusados
FOTO: WALESKA SANTIAGO
Jeysivan dos Santos, o ´Jey´, presidente da Cearamor, foi denunciado por de tráfico de drogas, posse ilegal de armas, formação de quadrilhas e outros. Ele pode ser preso nas próximas horas
FOTO: ALEX COSTA
O Ministério Público Estadual (MPE) denunciou, ontem, e pediu a prisão preventiva de seis integrantes da diretoria da torcida organizada Cearamor, entre eles, seu presidente, Jeysivan Carlos Silva dos Santos, o ´Jey´. Os seis réus são acusados de uma teia de crimes que inclui tráfico de drogas, associação para o tráfico, posse ilegal de armas e formação de quadrilha.

A denúncia foi formulada pelo promotor de Justiça, Francisco Braga Montenegro Neto, que se baseou no inquérito policial instaurado pela Polícia Civil do Ceará, através do 34º DP (Centro), presidido pelo delegado Aurélio Araújo, titular daquela distrital, e que teve o acompanhamento do próprio MP através do promotor Rinaldo Janja.

Além de "Jey´, foram também denunciados criminalmente os seguintes acusados, Régis Alves Pires, vice-presidente da organizada; Alessandro Chaves Araújo, diretor social; Anderson Amorim Lobo, organizador e diretor de caravanas; Diego Benesson Chaves dos Santos Gomes, integrante da bateria da torcida; e Luiz André Silva de Oliveira, gerente da loja ´Ninho do Urubu´, cujo ponto comercial vende exclusivamente produtos da torcida organizada.

Preventiva

Os seis acusados poderão ter a prisão preventiva decretada nas próximas horas, já que a denúncia criminal foi entregue ao juiz de Direito, Ernani Pires Paula Pessoa Júnior, titular da Primeira Vara de Delitos de Uso e Tráfico de Entorpecentes de Fortaleza. Em seu pedido de prisão para os torcedores, o promotor alegou que a custódia faz-se necessária para a "garantia da ordem pública primordialmente, garantia da instrução criminal e o acautelamento do meio social, passando por aí o meio esportivo", sustentou o promotor em suas alegações.

Crimes

O inquérito que originou a denúncia criminal foi instaurado a partir do dia 14 de agosto último, quando a Polícia Militar prendeu alguns membros da torcida organizada logo após eles terem praticado um assalto a mão armada no bairro Piedade, nesta capital, e roubado um veículo Gol. O automóvel foi levado pelos ladrões e deixado nas dependências da sede da torcida organizada, na Avenida João Pessoa, no bairro Porangabuçu. A vítima seguiu os ladrões e viu quando eles esconderam o carro. Imediatamente, ligou para a Polícia e, minutos depois, o local foi cercado por patrulhas do Ronda do Quarteirão e do Comando Tático Motorizado do Batalhão de Polícia de Choque (Cotam/BpChoque).

Para surpresa dos próprios policiais militares, além do carro roubado, que já estava com placas ´clonadas´, foram encontradas ali várias armas de fogo (revólveres) e drogas (maconha e cocaína). Havia ainda outros apetrechos para embalagem e venda de drogas, rádio-comunicadores, celulares roubados, munição, balanças de precisão, muitos cheques em brancos e outros materiais que configuravam crimes. Apesar de vários detidos, apenas dois dos integrantes da Cearamor permaneceram presos, entre eles, Luiz André, que foi autuado em flagrante no 34º DP.

Negou

Dias depois das prisões e apreensões na sede da torcida, o presidente da Cearamor, Jeysivan dos Santos, apresentou-se à Polícia, negou os crimes e ainda, acusou textualmente a PM do ´sumiço´ de uma grande quantidade de dinheiro que havia ali.

Posteriormente, o MP descobriu que uma das armas encontradas na Cearamor havia sido furtada em João Pessoa, no ano passado. ´Jey´ é acusado também de um assassinato.

FERNANDO RIBEIRO
EDITOR DE POLÍCIA
Diariodonordeste

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